O documento foi juntado a mais de outros 200 requerimentos que serão analisados pelo plenário da CPI nos próximos dias. Izalci acredita que Francisco possa revelar detalhes da corrupção. O ex-secretário foi preso no ano passado, depois que a polícia e o Ministério Público descobriram o envolvimento dele em desvios de recursos para o combate à Covid-19. “O Francisco só não fez delação premiada ainda porque alguém está bancando ele e os advogados”.
Reportagem publicada na edição de VEJA desta semana revela que existe todo um mistério sobre como Francisco Araújo, um ex-vereador do interior de Alagoas, assumiu a secretaria de Saúde do DF.
Para o senador, Francisco pode ajudar a desvendar a corrupção nacional porque o esquema em Brasília tem ligações com vários atores nacionais. Izalci diz que Francisco mantinha contatos com lobistas ligados à Saúde e com escritórios que fazem intermediação de negócios em Brasília.
Na época da prisão do secretário de Saúde do DF, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) disse a VEJA que Francisco de Araújo era ligado ao senador Renan Calheiros (MDB-AL). O atual relator das CPI da Pandemia, porém, nega ter qualquer vínculo com o ex-secretário: “Não tenho nada a ver com a indicação dessa pessoa e nem tenho qualquer relacionamento com ela”, garantiu o senador.
Izalci lembra que personagens de outros estados tiveram envolvimento com as fraudes no DF, que tem um orçamento de mais de 7 bilhões de reais por ano só para a Saúde, dinheiro que é repassado pelo governo federal. Um dos empresários que participou de uma das fraudes na compra de testes superfaturados de Covid-19 pela Secretaria de Saúde foi Fábio Campos, que era assessor parlamentar do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA). Bacelar e o PL negam serem responsáveis pela indicação do ex-secretário de Saúde.
Outro personagem que foi identificado na fraude das compras de testes de Covid superfaturados no DF foi Francisco Maximiano, dono da Precisa Comercialização de Medicamentos e da Global Gestão em Saúde. A Precisa é representante no Brasil do laboratório indiano que fabrica a vacina Covaxin, que fechou contrato para vender 20 milhões de doses para o Ministério da Saúde, por 1,6 bilhão de reais.
Maximiano é também dono da Global Gestão em Saúde, empresa que é ré em processo na Justiça Federal na qual o Ministério Público pede a devolução de 20 milhões de reais por medicamentos que foram pagos e não foram entregues ao Ministério da Saúde na gestão do atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Ex-ministro da Saúde, Barros é réu no mesmo processo. Em março, a Petrobras aplicou multa de 2,33 milhões de reais à Global Gestão em Saúde, que gerenciava a distribuição de medicamentos aos beneficiários do programa de assistência da estatal, por “fraude contratual”.
Créditos: Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário