sábado, 29 de maio de 2021

Eleições: Camilo Santana ganha mais força no Ceará



Beneficiado pelo crescimento da candidatura de Lula a presidente, Camilo dará as cartas para o processo de sua sucessão. E mais: 1) Guedes quer reduzir renúncia fiscal; 2) Novo alimento para o gado leiteiro; 3) Chegaram os novos fogões Esmaltec

Neste momento, a cena da política cearense, projetada para o que será o agitado ano eleitoral de 2022, mostra em posição de conforto o governador Camilo Santana, catapultado à liderança do processo de sua própria sucessão por dois fortes motivos.

O primeiro é sua popularidade, que, segundo as últimas pesquisas, ultrapassa os 70% de aprovação a ele e ao seu governo.

O segundo motivo vem na garupa do extraordinário crescimento da candidatura do ex-presidente Lula, que é o principal líder do seu partido, o PT.
 
Esses dois motivos dão a Camilo Santana o que ele não tinha no início deste ano: o poder de indicar e de vetar candidaturas do seu atual arco de aliança ao Palácio da Abolição.
 
A não ser que aconteça o inesperado e Lula seja impedido de candidatar-se à presidência da República, algo improvável, acontecerá o seguinte: 

Camilo Santana, com as cartas na mão, indicar-se-á à única vaga ao Senado Federal, exatamente a hoje ocupada pelo senador Tasso Jereissati, e ainda terá força suficiente para desafiar, se o desejar, o grupo dos irmãos Ferreira Gomes, lançando um candidato petista à sua sucessão.

Não é do temperamento do governador gestos de arrogância. Ele é um conciliador e, naturalmente, encontrará uma saída para, no plano estadual, apaziguar o seu PT com o aliado PDT do presidenciável Ciro Gomes, cujo candidato ao governo do Ceará, até prova em contrário, é o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.

O que acima está dito é especulação, pois, na verdade, quem decidirá, como sempre o fez, será o eleitor.

PAULO GUEDES LUTA PARA REDUZIR RENÚNCIA FISCAL

Anualmente, o Brasil deixa de arrecadar em tributos um oceano de dinheiro do tamanho de R$ 350 bilhões relativo à renúncia fiscal. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e seu time de secretários tenta sem êxito, desde o início de 2019, reduzir o tamanho dessa renúncia, mas esbarra no Congresso Nacional, onde senadores e deputados – de costas para o interesse nacional e de frente para os seus próprios interesses – erguem-se em defesa da manutenção desse privilégio tributário.
 
Alguns desses incentivos já deveriam ter sido extintos. Os da Zona Franca de Manaus, por exemplo, já cumpriram seu objetivo – e tanto é verdade que a japonesa Sony já anunciou que deixará de produzir eletrônicos na capital amazonense.

Quando Celso Furtado, em 1959, no Governo JK, criou a Sudene, os incentivos fiscais que o governo da União concedeu à industrialização do Nordeste, foram uma ideia tão genial que, em poucos anos, a região se tornou um polo fabril moderno, importante e intensivo empregador de mão de obra, mudando o seu perfil econômico.
 
Passaram-se os anos e alguém imaginou que o Norte do Estado de Minas Gerais, uma das mais ricas unidades da federação, poderia ser matriculado na geografia do Nordeste, beneficiando-se do leque de incentivos fiscais da Sudene.
 
Dito e feito. A Sudene, graças à força política das alterosas, estendeu sua jurisdição para a parte mineira do Sudeste por meio de Lei aprovada pelo Congresso.

Foi o bastante para que seus vizinhos do Espírito Santo, em cujas praias a tradicional família mineira se diverte nos fins de semana e nos longos feriados, também se mobilizassem com o mesmo objetivo: abocanhar uma fatia dos mesmos incentivos fiscais.  

Uma Lei aprovada pelo Congresso botou para dentro da Sudene 28 municípios capixabas, todos eles na Zona da Mata, com regular regime de chuvas, com pluviometria anual de 1.400 milímetros e com um solo que dá de tudo, até café da mais alta qualidade, que é exportado.

Mas esse absurdo parece pouco para a insensibilidade – para não usar outra palavra – dos políticos capixabas. Um deles, o agrônomo, agrimensor e deputado federal Evair Melo apresentou à Câmara projeto de lei propondo que toda a geografia do Espírito Santo seja incluída na área de atuação da Sudene.

Estão cheios de razão o ministro Paulo Guedes e sua equipe, que pretendem, com a ajuda do Parlamento, diminuir o tamanho da renúncia fiscal. O que sugere esse PL do deputado Evair Melo é um exemplo pronto e acabado da irresponsabilidade fiscal da maioria dos parlamentares brasileiros.

Como se não bastassem as corporações que se apossaram de toda a estrutura do serviço público federal, estadual e municipal, cresce na velocidade do frevo a influência deletéria dos legisladores na política fiscal do país.
 
Com esse tipo de político, é e será impossível recolocar o Brasil nos eixos da seriedade, da ética, da moral, dos bons costumes, da modernidade, da sustentabilidade e da boa governança. 

POUCA CHUVA DERRUBA PRODUÇÃO DO SORGO

Segundo uma fonte da Ematerce, a baixa pluviometria registrada neste ano no Ceará, com chuvas abaixo da média histórica, causou a perda de 27% da safra de sorgo forrageiro para silagem.

Na região dos Inhamuns, essa perda alcançou 74%; no Médio Jaguaribe, 53%; no Cariri, 30%.

O sorgo é insumo muito cultivado e ensilado no Ceará para garantir, no segundo semestre, o alimento do gado leiteiro, principalmente.

AS NOVAS TECNOLOGIAS NOS FOGÕES DA ESMALTEC

Está chegando a nova linha de fogões da cearense Esmaltec, líder nacional desse mercado, uma empresa do Grupo Edson Queiroz.

É a linha Esmeralda Glass, que incorpora a última tecnologia, incluindo queimador tripla chama com mesa e frente total em vidro temperado.

Os fogões da Esmaltec são campeões de vendas no Brasil.

NAS LOJAS CASABLANCA VENDAS VOLTAM AO NORMAL

Sócio majoritário do Grupo Casablanca, o empresário Emílio Ary informa: as vendas do varejo, pelo menos no seu ramo, estão normais para esta época, “e são vendas físicas, isto é, com a presença do consumidor dentro das lojas”, como ele explica.

Com um Centro de Distribuição e seis lojas distribuídas em diferentes bairros de Fortaleza, a mais movimentada das quais é a da Aldeota, a Casablanca tem 350 funcionários, um pouco menos do que tinha em março do ano passado, quando surgiu a pandemia da Covid-19.

No auge desta crise pandêmica, as lojas Casablanca permaneceram fechadas durante 40 dias, acumulando um prejuízo considerável, mas sem perder a clientela, “que retornou às compras, graças a Deus”.

PARA OS PECUARSTAS, CHEGOU A “PORNUNÇA”

Zootecnista e consultor empresarial, Raimundo Reis, que também faz pesquisas em suas duas pequenas propriedades no sertão do Ceará, está anunciando a chegada do “Pornunça” – resultado do cruzamento da mandioca com a maniçoba, plantas muito conhecidas do nordestino, e das pesquisas que ele mesmo desenvolveu.

Da mandioca, a “Pornunça” herdou folhas e frutos; da maniçoba, a herança são os caules muito semelhantes. 

E quais são as características da “Pornunça”? Raimundo Reis responde:

“Primeiro, é uma planta rústica, que já nasceu na natureza da região Nordeste. As pesquisas mostram que podem ser alcançadas altas produtividades por hectare, que poderão ser maiores quando as pesquisas forem realizadas em sistemas tecnificados, incluindo a correção de solos. Podemos dizer, assim, que se trata de uma cultura ainda pouco estudada”.

Reis revelou que, em Petrolina (PE), onde as pesquisas também foram feitas, os resultados revelaram-se muito melhores, surpreendentes, porque utilizaram outros sistemas, com maior adensamento, exibindo todo o potencial da cultura da “Pornunça”, que é recomendada para a alimentação dos rebanhos bovino, ovino e caprino, a custos menores.

“Estamos diante de uma boa novidade para a pecuária da região semiárida”, aposta Raimundo Reis.

VENTOS AUMENTAM GERAÇÃO EÓLICA NO NORDESTE

Começou a temporada dos bons ventos na região Nordeste, principalmente ao longo do seu litoral. 

Ontem, a geração eólica bateu um recorde chegando aos 10.612 MW (megawatts) médios.
 
Fonte: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Por sua vez, a fonte solar segue avançando, também, na região nordestina.

Hoje, ela representa 10,5% da matriz e deve crescer 29,45% até dezembro de 2025.

MAS, POR FALTA DE CHUVA, GERAÇÃO DE ENERGIA CAI

Surgiu, e avança, um novo problema para os planos políticos e econômicos do governo do presidente Bolsonaro: a crise de geração de energia elétrica.

Por falta de chuvas nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste, as hidrelétricas estão com volume muito baixo, em consequência do que se reduziu a geração elétrica de fonte hidráulica, o que provocou ontem, durante o dia, um “apagão” que alcançou várias cidades do País.

A economia está crescendo e o setor industrial e comercial passou a consumir mais energia, obrigando o despacho do Operador Nacional do Sistema para o funcionamento das termelétricas movidas a óleo diesel e a carvão, ou seja, fontes fósseis, poluentes.

A energia produzida pelas termelétricas – incluindo as cearenses Pecém-1 e Pecém-2 – custa mais caro, e esse custo já foi repassado pela Aneel para a conta deluz dos brasileiros.

Isso gera inflação, ou seja, a subida dos preços de tudo. 

E a estação das chuvas só será retomada em outubro. Então, a sugestão é trincar os dentes e acompanhar o discurso da oposição, que aproveitará os apagões para atacar o governo, o que faz parte do jogo político.

Escrito: por Egídio Serpa 

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