sábado, 6 de julho de 2024

Cinemas em Fortaleza perdem quase metade do público em seis anos

Legenda: Prestígio dos cinemas em Fortaleza, cada vez mais vazios, evidenciam crise no mercado ao redor do mundo
Foto: Shutterstock



Pandemia e concorrência com streamings continuam prejudicando bilheterias, dizem especialistas


O hábito de ir ao cinema no Brasil para acompanhar diferentes títulos e histórias está cada vez mais escasso. A atividade vive um declínio sem precedentes, potencializado por fatores que incluem a pandemia e a concorrência do streamings. Em Fortaleza, conforme apontam dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o tombo chega próximo à metade do público longe das salas.

O órgão disponibiliza semanalmente dados atualizados sobre o mercado do cinema no Brasil, com comparativo que remonta a 2018. Ao longo de seis anos, a capital cearense viu minguar a quantidade de espectadores e a arrecadação, mesmo com bilhetes mais caros.

Os dados são referentes ao resultado parcial do primeiro semestre. Nas 25 primeiras semanas de 2018, 2,073 milhões de pessoas foram aos cinemas em Fortaleza. No mesmo período de 2024, são 1,182 milhão, queda de 43%.

Se o público cai, a arrecadação também despenca. Na comparação entre os dois períodos em Fortaleza, o tombo neste ano foi de 28,6%: no primeiro semestre de 2018, o valor conquistado com a venda dos ingressos foi de R$ 31,41 milhões. Já entre janeiro e junho de 2024, as cifras foram de R$ 22,44 milhões.

Já o preço médio dos ingressos passou por alta de 25,2% em seis anos na cidade. Em 2018, um espectador desembolsava, em média, R$ 15,15. Neste ano, o valor está em R$ 18,98.

PANORAMA PREOCUPANTE EM TODO O BRASIL

Apesar de os resultados de Fortaleza apresentarem preocupação, a queda de público, em termos percentuais, foi somente a 17ª do Brasil dentre as capitais. Salvador foi a cidade com a maior redução de espectadores ao longo do período, segundo a Ancine: tombo de 56,2%, saindo de 2,3 milhões de pessoas (2018) para somente 1 milhão (2024).

Belém (−55,4%), Boa Vista (−51,8%) e Cuiabá (−50,1%) também observaram reduções de mais da metade do público no comparativo entre os dois anos. A menor retração foi em Aracaju, com queda de 21,4% entre 2018 e 2024.

Como resultado, uma queda considerável na arrecadação: 23% a menos. Em 2018, os valores obtidos com a comercialização de ingressos ultrapassaram a marca de R$ 1,26 bilhão nos seis primeiros meses do ano. Em 2024, por sua vez, as cifras conquistadas até o momento são de R$ 972,69 milhões.

Fonte: Diário do Nordeste 

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