A Prefeitura do Crato investiu menos de 1% no setor cultural nos últimos sete anos. Em 2022, o município destinou apenas 0,67% do orçamento para o setor cultural. Agentes culturais, artistas, produtores e mais membros do movimento cultural da cidade reivindicam que seja investido 2%. Atualmente existe uma articulação entre os Pontos de Cultura da cidade para que este percentual seja garantido por lei, como já é previsto em outras áreas, a exemplo da saúde e da educação.
De acordo com informações da Secretaria de Finanças do Município, a maior parte dos gastos é destinada para pagamento de pessoal. Do percentual de 0,67% investidos em 2022, a folha de pagamento e os encargos sociais chegam a quase 85%, ficando menos de 16% para todas as demais despesas, incluindo os recursos para fomento artístico e cultural.
Regiopidio Lacerda, membro do Ponto de Cultura da Academia de Cordelistas do Crato, frisa que a luta é importante “para a sociedade estar na possibilidade, a partir dela, de garantir que os equipamentos de cultura do município se transformem, de fato, em elementos de transformação social através das mais diversas ações culturais e das mais diversas manifestações de cultura do povo cratense”. Além disso, ele afirma que a garantia dos 2% do orçamento para cultura é garantir “através da manutenção aos equipamentos e do fomento cultural, o acesso da população ao mundo das artes e dos saberes mais profundos que podem ser usados como instrumentos de luta, de conhecimento e de libertação social”.
Outro Ponto de Cultura que fala sobre a importância da pauta para a sociedade em geral é a ONG Beatos. Davi Oliveira, presidente do Ponto de Cultura, traz em sua fala o benefício dos 2% para todos, trazendo a discussão de forma democrática e com finalidade abrangente: “quando nós como coletivos implicados com o fomento dessas tradições e preservação da memória identitária local reivindicamos uma distribuição adequada do orçamento para a Cultura, não estamos lutando para a realização de atividades em nossos Pontos de Cultura para benefício próprio, mas sim, para beneficiar a arte local, o fazer patrimonial de nossa cidade, difundir e preservar nossa memória identitária e oportunizar que o fazer artístico afete o cotidiano das pessoas, sensibilizando a população e realizando intervenções cotidianas que preservem o que de fato somos quanto Cultura cratense”.
Esta questão deverá ser discutida na III Conferência Municipal de Cultura do Crato, que tem como tema ‘Uma Política Pública para o Crato: Implementação do Plano Municipal de Cultura’ que acontecerá neste final de semana, nos dias 24 e 25, na Universidade Regional do Cariri- URCA. A conferência visa elaborar o Plano Municipal de Cultura que deverá nortear as políticas públicas para o setor para os próximos anos.
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