Previsão foi detalhada pelo consultor do Banco Mundial Eduardo Fleury ao jornal Folha de S. Paulo. “A comida é sagrada e defendemos o direito de todos terem mesas e geladeiras cheias”, diz Reginaldo Lopes
Fleury produziu um estudo semelhante para a instituição multilateral há alguns anos. Agora, atualizou os cálculos com base na nova proposta e utilizou a mesma metodologia.
Ele considera como base uma possível alíquota geral de 25% para os novos tributos sobre o consumo, a CBS federal mais o IBS de estados e municípios. Com isso, a tributação dos alimentos seria de 12,5%.
O preço das proteínas, como carne bovina, teria queda de 3%. Também haveria recuo para laticínios (-0,9%) e, principalmente, produtos de higiene (-17,2%). Os preços de farinhas e massas e produtos como café, açúcar e óleo de soja ficariam praticamente inalterados.
Por outro lado, haveria aumento de 7,9% no preço final de ovos, leite UHT, arroz e feijão. São justamente os quatro produtos da cesta que hoje têm a menor carga tributária (3,83%). A reforma prevê a devolução de parte dos novos tributos (cashback) para compensar a oneração de alguns bens e serviços para alguns consumidores.
“A fim de determinar o impacto da alíquota reduzida sobre os preços dos produtos da cesta básica utilizamos a mesma metodologia aplicada na pesquisa realizada pelo Banco Mundial que resultou no documento Indirect Tax Incidence in Brazil Assessing the Distributional Effects of Potential Tax Reforms (Incidência tributária no Brasil avaliando os efeitos distributivos de possíveis reformas tributárias)”, disse ao jornal o consultor, que realizou o estudo em conjunto com os pesquisadores Gabriel Lara Ibarra e Rafael Macedo Rubião.
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A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) apresentou, no último sábado (1°), ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um estudo em que afirma que a atual proposta de reforma tributária pode aumentar os tributos da cesta básica em 60%, em média, no Brasil.
O secretário extraordinário da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Bernard Appy, que também participou do encontro, rebateu o cálculo e afirmou que o número apresentado pela Abras “mais desinforma que informa”, pois não considera os efeitos de redução de custos e recuperação de crédito que os supermercados podem ter com a reforma.
O novo cálculo apresentado por Fleury mostra que, mesmo um produto com carga superior a 12,25% no sistema atual, como é o caso dos 14,4% sobre carnes bovina, suína e de aves, pode ter redução de imposto com o novo método de cobrança, que prevê a geração de créditos de tributos pagos na aquisição de insumos.
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