quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

O que esperar da dobradinha Camilo-Izolda no Ministério da Educação


Reconhecido por sua capacidade de articulação, o ex-governador do Ceará mantém com a atual governadora do estado uma relação de lealdade e sintonia

A governadora do Ceará, Izolda Cela, sem partido, era a favorita entre os especialistas para comandar o Ministério da Educação no governo Lula. Pressionado pelo PT, entretanto, o presidente eleito ofereceu o cargo a um quadro do partido: Camilo Santana, senador eleito e antecessor dela no governo estadual. 

Camilo será confirmado ministro da Educação. E Izolda, a secretária Nacional de Educação Básica.

A dobradinha foi a saída encontrada pelo presidente Lula para resolver o tensionamento dentro do PT e contemplar o Ceará, um estado que garantiu quase 70% dos votos no Estado para o petista nas eleições presidenciais. P

Pesou também o fato de seu terceiro mandato ter como uma das prioridades a educação básica. O presidente tem dito que, depois de promover uma revolução na educação superior, pretende focar agora na educação básica. Ele reconhece os impactos que a pandemia provocou na aprendizagem e agora quer investir na alfabetização e em escolas técnicas e em tempo integral.

A política educacional cearense que hoje é  referência no país teve seu embrião em Sobral, mas foi a  partir de 2007, com a criação do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) implantada no governo Cid, que ganhou uma dimensão maior. O Paic tinha como meta alfabetizar crianças até os 7 anos de idade, por meio de um regime de cooperação entre Estado e municípios. O programa passou a oferecer formação continuada aos professores, apoio à gestão escolar e material estruturado. 

Em 2011, as ações foram expandidas até o 5º ano. Em 2015, foi lançado o Mais Paic, levando o programa a todas as turmas do ensino fundamental até o 9º ano. Em 2019, de acordo com os dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará, todos os 184 municípios cearenses atingiram o nível desejável de alfabetização. Além disso, 92,7% das crianças estavam alfabetizadas ao término do 2º ano.


Por CartaCapital 

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