Legenda: Pesquisa aponta que o custo de uma marmita é de, em média, R$ 10,72, enquanto uma refeição fora de casa custa R$ 17,81.Foto: Fabiane de Paula
Levantamento aponta que até 11,1% dos brasileiros deixaram de almoçar em função da dificuldade orçamentária e da priorização de alimentos que proporcionem maior prazer
Rachel está entre a parcela de brasileiros que estão reduzindo as refeições principais e as trocando por lanches, por exemplo. Segundo o relatório Consumer Insights da Kantar, aponta que a incidência de refeições, como o almoço, caiu 11,1% no País entre julho e setembro deste ano em comparação com igual período de 2021.
Outras refeições tradicionais, como o café da manhã (-7%), lanche da tarde (-5,5%) e jantar (-4,2%) também vem perdendo espaço. Em compensação, as marmitas preparadas em casa para consumo na rua ganharam 12,3% de adeptos, assim como as refeições feitas depois do jantar e o lanche da manhã também cresceram 11,6% e 6,7%, respectivamente.
IMPACTO DA PANDEMIA
Além disso, a predominância das classes C e D no Nordeste indicam um consumo fora do lar já baixo mesmo antes da pandemia, o que contribui para a maior estabilidade.
"Nordeste, consumidor vem fazendo compras fora de casa, mas vem fazendo a tentativa de escolher categorias de mais baixo custo, especialmente de coxinhas, esfirras, salgados em geral, que vão ter força maior na escolha fora de casa", detalha.
LIMITAÇÃO DE OPORTUNIDADES
Moradora do Bom Jardim, Rachel estima destina de R$ 150 a R$ 200 para alimentação durante o mês inteiro. "Teve um tempo que eu ainda fazia as compras porque não chegava tão cansada em casa e fazia comida. Mas agora, com preço lá em cima e o salário lá embaixo e o cansaço matando, tenho que enganar a fome com alguma coisa mais barata frequentemente".
Quando ainda prepara alguma refeição em casa, a fotógrafa relata que costuma ser arroz acompanhado de algum embutido, como salsicha, linguiça, hambúrguer, empanado, ou mesmo ovo.F
Feijão é raro. Muito difícil eu cozinhar uma refeição completa agora"
RACHEL VIEIRAFotógrafaNo dia em que conversa com nossa reportagem, Rachel conta que não tomou café da manhã, por já não ter o costume de fazer essa refeição, e almoçou na casa de uma amiga, apenas arroz e salsicha. À tarde, ela separou um biscoito recheado e suco e afirmou que provavelmente jantaria macarrão instantâneo.A fotógrafa revela que gostaria de ter uma alimentação mais balanceada, mas desanima ao pensa nos preços dos itens.
"Não gosto de refrigerante, tomo mais suco. Dos males o menor. Mas o refrigerante está mais barato que um suco natural ou mesmo industrial. Essa minha alimentação não é só irresponsabilidade, mas também sou uma vítima da economia no Brasil. Só tenho uma refeição adequada quando passo o dia no CDVHS", ressalta.
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