Bruno Fratus conquistou a medalha de bronze nos 50 metros livre Foto: David Goldman/AP
Brasileiro chegou ao pódio em sua terceira final consecutiva na prova mais rápida da modalidade, recolocando o país entre os melhores do mundo
Em sua terceira participação nas Olimpíadas, vivendo a terceira final consecutiva na prova mais rápida da natação, Bruno Fratus chegou ao pódio olímpico. Na final que abriu a última noite das disputas na piscina nesta edição dos Jogos, o brasileiro levou a medalha de bronze nos 50m livre, a segunda conquista da modalidade e a nona do país em Tóquio.
Diferentemente do bronze de Fernando Scheffer nos 200m livre, que desafiou atletas mais favoritos ao pódio, Fratus chegou como candidato às primeiras posições e era o principal nome da natação brasileira nos Jogos. Ele foi quarto colocado em Londres-2012, quando terminou apenas dois centésimos atrás do bronze, e sexto no Rio-2016, quando fez uma final abaixo do tempo que tinha apresentado anteriormente e saiu bem frustrado com o desempenho.
Ele também foi terceiro colocado no Mundial de 2015 e depois segundo lugar nas duas edições seguintes, em 2017 e 2019. Agora, aos 32 anos, finalmente conquista a tão sonhada medalha olímpica.
A medalha de ouro ficou com o americano Caeleb Dressel, com 21.07s, novo recorde olímpico, e a prata com o francês Florent Manaudou, com 21.55s. O brasileiro fez 21.57s.
"A gente vai e faz. Os caras são muito fortes, mas nós somos ruins. Se é para deixar uma mensagem é de que o Brasil é o melhor povo, o melhor país do mundo. Todos 'pagam pau' para nós, somos muito capazes. Se permitam. Estamos entre os melhores do mundo", disse Fratus na saída da piscina. "Eu precisei estar cercado de pessoas construtivas. Nas redes sociais, eu recebo muita abobrinha e precisei me afastar", completou.
A prova é a mesma do bronze de Fernando Scherer, em 1996, do ouro de César Cielo, em 2008, e do bronze do mesmo Cielo em 2012. Agora, das 16 medalhas do país na natação (somando piscinas e maratona aquática), quatro são na disputa mais curta de todo o evento.
Cielo, aliás, segue como dono do recorde mundial dos 50m livre, os 20.91s anotados em São Paulo, em 2009, um ano depois de ser campeão olímpico.
A prova
Bruno Fratus chegou à decisão com o terceiro melhor tempo das semifinais. O grande favorito era Caeleb Dressel, atual campeão mundial que já caiu na água com três medalhas de ouro, nos 100m livre, nos 100m borboleta e no revezamento 4x100m livre. Ele confirmou o ouro.
Depois do americano, o segundo melhor classificado era Florent Manadou, ouro em Londres e prata no Rio, que terminou mesmo no segundo lugar. O grego Kristian Gkolomeev, que passou com a mesma marca de Fratus e dividiu a prata do Mundial com o brasileiro há dois anos, fechava o bloco dos favoritos na grande final - ele terminou em sexto.
A saída de Fratus foi um pouco pior que a dos dois principais concorrentes, com o segundo tempo de reação mais lento de toda a piscina. Mas a chegada foi forte, colando no vice-campeão e conseguindo ficar entre os três primeiros.
Natação brasileira
O Brasil deixa as piscinas do Japão com dois bronzes, de Bruno Fratus e Fernando Scheffer. Em águas abertas, na maratona aquática, Ana Marcela Cunha ainda tem chances de aumentar essa lista.
No Rio, há cinco anos, havia conquistado só uma medalha, também na maratona aquática, com Poliana Okimoto.
Em Londres vieram os pódios de Thiago Pereira e César Cielo, que já tinha duas medalhas de Pequim. O país passou em branco em Atenas e ganhou uma em Sidney, no revezamento 4x100m livre. Nos Jogos de Atlanta, em 1996, o Brasil ganhou três medalhas na natação pela única vez, com Gustavo Borges (duas) e Fernando Scherer.
Gustavo Borges foi também medalhista em 1992, assim como Ricardo Prado em 1984, o revezamento 4x200m livre em 1980, Manuel dos Santos Júnior, em 1960, e Tetsuo Okamoto, em 1952, totalizando 16 medalhas.
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