Mayra Aguiar conquistou mais uma medalha para sua carreira. Hoje (29), na lendária arena Nippon Budokan, ela derrotou a sul-coreana Hyunji Yoon com um ippon, na categoria até 78kg, e subiu ao pódio das Olimpíadas de Tóquio para receber o bronze e se tornar a única brasileira dos esportes individuais a ganhar três medalhas olímpicas.
Muito emocionada após a conquista histórica, ela lembrou das dificuldades que enfrentou, principalmente em relação às sete cirurgias que passou ao longo da carreira, sendo a mais recente em novembro do ano passado, que colocou em risco sua participação nos Jogos da capital japonesa.
A judoca se classificou para a repescagem do judô até 78 kg nas Olimpíadas de Tóquio-2020 após ser derrotada pela alemã Anna-Maria Wagner, atual campeã do mundo, nas quartas de final. Assim, ela deu adeus ao sonho de conquistar seu primeiro ouro. Anteriormente, nas oitavas, a brasileira havia vencido por ippon a israelense Inbar Lanir.
Apesar disso, a gaúcha de 29 anos se concentrou para voltar com tudo na repescagem, onde enfrentou a russa Aleksandra Babintseva. Ela venceu no tempo regulamentar após sua adversária receber três punições (shido) da arbitragem e ser eliminada.
Na disputa do bronze, a brasileira e a sul-coreana foram punidas com um shido com menos de um minuto por falta de combatividade. Em seguida, Mayra foi para o ataque e aplicou uma imobilização em sua adversária, segurando-a por 20 segundos e configurando o ippon.
Mayra foi a primeira atleta brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em disputas individuais; ela conseguiu o bronze nas edições de Londres, em 2012, e Rio de Janeiro, em 2016. Agora, ela faz história novamente com sua terceira premiação em Olimpíadas.
Trajetória de Mayra
Mayra começou muito bem sua caminhada ao bronze. A gaúcha venceu com tranquilidade a israelense Inbar Lanir. Ela dominou desde o início da luta e, com apenas 40 segundos, aplicou um ippon sem dar chances de defesa à adversária.
Nas quartas de final, a brasileira acabou derrotada pela alemã Anna-Maria Wagner. Mayra propôs o confronto a todo momento. Wagner não conseguia revidar os golpes da gaúcha, que a todo momento tinha o controle segurando as mangas do judogui da adversária.
Entretanto, a brasileira acabou recebendo uma advertência. No golden score, Wagner começou melhor, anulando os golpes de Mayra. As duas acabaram recebendo punição por falta de combatividade, sendo a segunda da brasileira, que ficou pendurada. Com um wazari da alemã após os 3 minutos da etapa complementar, a luta foi decidida após muito tempo de igualdade.
Na repescagem, enfrentou a russa Aleksandra Babintseva. O início da luta foi de grande iniciativa de Mayra, que a todo momento agarrou o judoqui da adversária. Babintseva, por sua vez, tomou punição por falta de combatividade no começo.
Após o acontecido, o duelo continuou sem iniciativa dos dois lados, gerando nova advertência para ambas. Isso fez a russa ficar pendurada. Com uma nova punição de Babintseva, Mayra venceu sua segunda luta e se classificou para a disputa do bronze.
Mayra pode lutar por medalha em competição por equipes
Após conquistar a medalha de bronze no judô das Olimpíadas de Tóquio e se tornar a primeira atleta brasileira a acumular três premiações olímpicas em competições individuais, Mayra Aguiar ainda tem a chance de superar outra marca nestes Jogos.
A gaúcha pode fazer sua estreia na competição por equipes do judô. Se a comissão técnica realmente optar por Mayra e o grupo garantir uma medalha, ela vai superar a ex-jogadora de vôlei Fofão e se tornará a maior medalhista olímpica do Brasil.
Judô é quem mais deu medalhas ao Brasil na história
O judô segue se mantendo soberano como o esporte que mais conquistou medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas. Com as duas conquistadas pela modalidade até aqui em Tóquio já são 24, sendo quatro de ouro, três de pratas e 17 de bronze.
Antes de Mayra Aguiar, a equipe brasileira havia conquistado um bronze nos Jogos na capital do Japão com o gaúcho Daniel Cargnin, na categoria até 66kg.
Desde 1984 o Brasil conquista ao menos uma medalha na modalidade em todas as Olimpíadas. O ano mais vitorioso foi em 2012, em Londres (ING), com quatro (um ouro e três bronzes). Na Rio-2016 foram três (um ouro e dois bronzes).
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