Foi realizada no auditório do Geopark Araripe, na manhã desta terça-feira, uma audiência pública coordenada pela Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato - SAAEC com o objetivo de prestar esclarecimentos á população, através da apresentação de um estudo científico, sobre sua real situação financeira, bem como o perfil sócio-econômico do seu usuário e sua relação com o consumo de água.
Para iniciar, os professores Marcos Eliano e Marcos Brito, do curso de Economia da Universidade Regional do Cariri - URCA, que juntamente com o professor Flávio Mendonça, coordenaram a pesquisa, apresentaram o resultado do levantamento.
O professor Marcos Brito disse que o trabalho constou de uma pesquisa de campo e contou com a participação de estudantes bolsistas. Foi feito um levantamento em 514 domicílios, sendo 193 sem hidrômetro e 321 com hidrômetro com o objetivo de verificar se a tarifa aplicada pela SAAEC é justiça ou se existe alguma defasagem.
O professor Marcos Brito afirmou que foi feita uma comparação da tarifa da SAAEC com a tarifa cobrada pelos outros 26 SAE (Sistema de Água e Esgoto) espalhados pelo estado, como Sobral, Camocim e Iguatu e com os 151 municípios administrados pela CAGECE.
'Observamos que quando fizemos a comparação da tarifa cobrada pela SAAEC com as tarifas dos demais SAE do estado, a diferença é de 55% ou seja, os SAE cobram 55% a mais em relação a tarifa da SAAEC", informou Brito. Quando a comparação é feita com 151 municípios administrados pela CAGECE a diferença sobe para 151%.
"Outros aspectos como inflação, tarifa social e domicílios com e sem hidrômetro, foram analisados durante a pesquisa e determinantes para se ter uma ideia de quanto será o reajuste necessário para SAAEC começar a sanear suas finanças", ressaltou o professor Marcos, afirmando que o percentual de 50% é o reajuste mais próximo da realidade constatada.
O presidente da SAAEC considerou que a sociedade foi bem representada na audiência pública e enalteceu o estudo apresentado, pois mostra com transparência a realidade financeira do órgão, bem como o comportamento dos seus usuários, na relação com o consumo de água. Yarlei destacou que esta análise científica, antes de tomar qualquer decisão, é inédito na gestão da SAAEC e pediu a colaboração dos usuários para serem mais racionais com a água e criarem a cultura da manutenção de um reservatório em casa para facilitar a operação do sistema e evitar o desperdício.
A presidente do Conselho de Água e Esgoto do Crato, Arlene Sampaio, disse que a partir de agora o conselho vai aguardar o envio das propostas de atualização da tarifa, pela direção da SAAEC. 'Acontecerá uma reunião extraordinária do conselho, na próxima sexta-feria, às 9h, no auditório do Geopark, com o objetivo de analisar e deliberar sobre estas propostas', informou Arlene.
O vereador Pedro Lobo (PT), secretário da Mesa Diretora da Câmara, presidente da Comissão de Obras e titular do Poder Legislativo no Conselho de Água e Esgoto, avaliou a audiência pública como bastante proveitosa, uma vez que reuniu representantes de diversos segmentos da sociedade cratense com intervenções de alto nível.
O empresário e presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Pinheiro Lima, parabenizou a direção da SAAEC por ter encomendado estudo tão bem abalizado pelos professores da URCA/ FUNDETEC e, seguida, apresentar á sociedade de forma tão transparente em uma audiência pública, o resultado da pesquisa. Ele destacou o grande gasto com energia e que é preciso o cratense acabar com o compartamento que podemos gastar água a vontade e não devemos pagar pelo consumo, porque temos água em abundância.
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