terça-feira, 20 de março de 2018

Mais de mil pessoas já foram assassinadas no Ceará este ano

 


Mais de mil pessoas foram assassinadas no Estado do Ceará em 2018. O número exato, até o último dia 15, é de 1.089 pessoas vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. No ano passado, o total de vítimas foi de 5.133. Em 2016, houve 3.407 CVLIs. A crescente violência vista por meio dos números oficiais da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) modifica a rotina das milhares de famílias das vítimas e de órgãos que prestam auxílio para os parentes.
Passada a morte, restam aos parentes e amigos buscar acolhimento e Justiça. Os reiterados registros de crimes bárbaros fizeram com que, o programa Rede Acolhe, da Defensoria Pública do Ceará, tivesse de reordenar suas atividades a fim de atender a alta demanda das vítimas da violência no Estado.
Criada ano passado com o objetivo de promover a assistência jurídica e psicossocial aos familiares das vítimas de CVLIs ou de tentativa de homicídio, a Rede já auxiliou, pelo menos, 60 famílias. A defensora pública Gina Moura, responsável por coordenar o programa, explica que o acúmulo de assassinatos, principalmente desde o início deste ano, fez com que os servidores ainda não tivessem acesso às dezenas de parentes.
A frequência de crimes bárbaros interfere diretamente no trabalho dos defensores públicos. Devido a grande procura de famílias de vítimas, o órgão ainda não conseguiu chegar aos parentes das sete pessoas executadas na Chacina do Benfica.
"Nós começamos esse ano sem nenhuma quebra (na sequência) de violência. Teve a Chacina de Cajazeiras, em seguida teve o episódio em Itapajé (quando dez presos foram mortos), o triplo homicídio no Parque Leblon (três mulheres foram torturadas e executadas) depois a Chacina do Benfica. Cada vítima a gente precisa trabalhar com muita responsabilidade. Estabelecemos uma metodologia de trabalho e tentamos reordenar as atividades. A realidade mostra essa necessidade e é algo que angustia a nossa Instituição", disse Gina.
A coordenadora da Rede Acolhe ressalta que o perfil dos mortos nos últimos crimes de grande repercussão no Estado foge do perfil estereotipado. Nos últimos episódios de matança, muitos dos assassinados sequer tinham passagens pela Polícia, como visto nas chacinas da Cajazeiras e Benfica.

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