quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Brasil acumula 324 mortes de crianças entre 5 e 11 anos por Covid; CE é o 3º com mais mortes

O Ceará teve 6,8% dos óbitos de crianças de cinco a 11 anos, atrás de São Paulo (22,8%) e Bahia (9,3%)(foto: JÚLIO CAESAR)
O Ceará teve 6,8% dos óbitos de crianças de cinco a 11 anos, atrás de São Paulo (22,8%) e Bahia (9,3%)(foto: JÚLIO CAESAR)
Nessa faixa etária, levantamento da Arpen-Brasil aponta que as crianças mais afetadas foram as de cinco anos, com 65 mortes registradas

Próximo público-alvo da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, crianças de cinco a 11 anos também estão vulneráveis à doença e podem desenvolver casos graves. Segundo levantamento do Portal da Transparência do Registro Civil, houve 324 mortes por complicações da Covid-19 nessa faixa etária em todo o Brasil, entre março de 2020 e a primeira semana de janeiro de 2022. As crianças mais afetadas foram as de cinco anos, com 65 mortes registradas. Ceará é o terceiro estado com mais casos de morte de crianças.

O segundo grupo de crianças mais atingidas é o de seis anos, que teve 47 óbitos. Em seguida, estão aquelas de sete e 11 anos, ambas com 46 mortes contabilizadas. Entre crianças de dez e nove anos, foram registrados 43 e 40 óbitos, respectivamente. Houve 37 mortes de crianças de oito anos de idade.


O Ceará teve 6,8% dos óbitos de crianças de cinco a 11 anos, atrás de São Paulo (22,8%) e Bahia (9,3%). Em seguida, estão Minas Gerais (6,5%), Paraná (6,2%), Rio de Janeiro (5,9%) e Rio Grande do Sul (4%). Amapá, Mato Grosso e Tocantins foram as unidades que registraram o menor número de óbitos na faixa etária.

Em entrevista ao O POVO, publicada no último domingo, 9, a pediatra Olívia Bessa explicou que, apesar de o público infantil apresentar quadros mais leves, muitas vezes assintomáticos, eventualmente crianças podem evoluir para óbito por conta da Covid-19. A médica também destaca a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma complicação grave que crianças e adolescentes de todo o mundo têm apresentado em decorrência da Covid-19.

"O que a temos visto é que a evolução, apesar da gravidade do quadro, é benigna, a maioria das crianças saem bem, com raros relatos de óbito, mas é um quadro bem grave, que eventualmente precisa de internamento de leitos de UTI também", alerta a médica, que também reforça a importância da vacinação das crianças.

A maioria das mortes por Covid-19 foi registrada em 2021, chegando a 174 —, enquanto em 2020 foram contabilizadas 150. Na primeira semana de 2022, considerada no levantamento, não houve registro de óbitos pela doença entre crianças de cinco a 11 anos. Os números do período mais recente podem ser atualizados posteriormente, uma vez que o prazo legal para que os Cartórios de Registro Civil enviem os dados ao Portal da Transparência do Registro Civil é de 10 dias.

Administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), o Portal da Transparência do Registro Civil reúne as informações de nascimentos, casamentos e óbitos registrados pelos 7.663 Cartórios brasileiros. De acordo com os dados da Arpen-Brasil, foram registradas 77 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 30 por causas indeterminadas e 57 por morte súbita nessa faixa etária.

A Arpen-Brasil informa, ainda, que entre março de 2020 e a primeira semana de janeiro de 2022, o acumulado de todas as mortes por causas naturais no Brasil entre crianças de cinco a 11 anos é de 5.562 óbitos. Destes, 2.776 ocorreram em 2020; 2.766 em 2021. Foram 20 lançamentos de óbitos na primeira semana de janeiro de 2022. Entre as causas segmentadas para o óbito estão: septicemia (717 mortes), pneumonia (645), AVC (467), insuficiência respiratória (452) e Covid-19 (324).


Por O Povo 

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