quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Encerramento da Romaria de Finados atrai centenas de devotos


Evento religioso voltou a receber público após dois anos; em 2020, celebrações ocorreram de forma virtual

Após dois anos de , devotos do Padre Cícero voltaram a Juazeiro do Norte para participar da Romaria de Finados, maior evento religioso da cidade. Diferente de 2020, quando ainda prevaleciam as medidas de restrição sociais por conta da pandemia, neste ano a movimentação de fiéis foi intensa durante os quatro dias de programação. As atividades, que começaram no último dia 29 de outubro, foram encerradas nesta terça-feira, 2, com a já tradicional visita ao túmulo do sacerdote, no cemitério ao lado da Capela do Socorro.


O ritual foi precedido de uma celebração religiosa que ocorreu a portas fechadas para evitar aglomerações. Apesar disso, dezenas de romeiros compareceram ao calçadão da igreja e ouviram a solenidade por meio do sistema de som. O número de devotos, no entanto, foi muito inferior se comparado com a missa de 2019, a última antes da pandemia. Naquela ocasião, cerca de 100 mil pessoas lotaram os arredores da Matriz do Socorro. Neste ano, a Secretaria de Turismo de Juazeiro do Norte (Setur) e a Diocese do Crato não divulgaram a estimativa de público.

Para o romeiro Paulo Roberto Ferreira, 35, que viajou mais de 300 km para acompanhar a festa religiosa, embora a presença de fiéis na cidade tenha sido tímida em relação aos anos anteriores, a movimentação superou suas expectativas. “Eu não esperava tanta gente. Da minha cidade, inclusive, não veio todo mundo que costuma participar, o pessoal mais idoso principalmente. Antes, a gente fretava um ônibus para mais de 40 pessoas, e neste ano contratamos uma van para 13 pessoas”, relata o devoto, que mora em Tuparetama, Pernambuco.


Paulo afirma participar da Romaria de Finados desde os 5 anos, por incentivo dos pais, também devotos do padroeiro de Juazeiro. Ele conta que, apesar de no ano passado o evento ter sido realizado de forma virtual, sua família juntou economias e alugou um carro para visitar a cidade e manter viva a tradição que já dura mais de três décadas. “Estava quase tudo fechado, mas mesmo assim pudemos visitar algumas igrejas e sentir um pouco o clima de paz. Foi só uma visita rápida para não quebrar a tradição, porque isso é muito importante pra gente”, completa o romeiro.

O sergipano Arnóbio Santos, 29, que contabiliza 30 viagens a Juazeiro do Norte, considera que a romaria deste ano tem um significado especial. “Dessa vez, tem um sentimento a mais envolvido, que é o sentimento de gratidão a Deus, à Nossa Senhora das Dores e ao Padre Cícero, por tudo que nós passamos e conseguimos superar, apesar das muitas vidas que foram ceifadas por esse vírus. Eu vi muito nos romeiros um olhar de alegria, de emoção, a felicidade com os reencontros. Essa é a romaria da esperança. Aos poucos estamos atravessando esse vale de lágrimas”, comenta o devoto.

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