terça-feira, 14 de agosto de 2018

PT está mobilizado por aposta arriscada em Lula


Brasília. Na véspera do fim do prazo legal para o pedido de registro da candidaturas, o PT mobilizou, ontem, sua militância. Em Brasília, houve a chamada "Marcha Nacional Lula Livre", que partiu no sábado de três localidades a 50 km da capital federal para pedir que o petista, que desde abril cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, possa participar da disputa.
Hoje os manifestantes devem marchar até a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde membros do PT, entre eles o companheiro de chapa escolhido por Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, vão pedir o registro da candidatura.
As marchas coincidem com uma greve de fome que sete ativistas fazem há 15 dias em Brasília para pedir a liberdade do ex-presidente da República.
Lula, de 72 anos, é o favorito nas pesquisas com quase um terço das intenções de voto, mas, segundo juristas, a sua candidatura provavelmente será impugnada, dado que a Lei da Ficha Limpa, promulgada durante o seu governo, exclui da disputa eleitoral os condenados em 2ª instância, como é o caso. O ex-presidente foi condenado como beneficiário de um tríplex no Guarujá, litoral paulista, oferecido pela construtora OAS em troca de contratos com a Petrobras. Enfrenta outros cinco processos, mas se declara inocente em todos e denuncia uma perseguição política e judicial para impedi-lo de voltar ao poder.
Também impedido pela Justiça de participar dos debates televisivos, Lula busca fazer a sua mensagem chegar por outros meios. Em uma coluna publicada ontem no "The New York Times", Lula voltou a denunciar que a sua prisão em Curitiba é a "a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil".O TSE, que tem como limite 17 de setembro para julgar a candidatura de Lula, demorará alguns dias, ou até mesmo semanas, para decidir.
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