sábado, 30 de outubro de 2021

Arqueólogos descobrem que povos tupis habitaram o Cariri há 2,4 mil anos

Pesquisadores

Sítio arqueológico contém vasto acervo da cultura material e foi encontrado durante o processo de licenciamento ambiental e cultural das obras do Cinturão da Águas


A descoberta de artefatos em um sítio arqueológico na comunidade São Bento, na cidade do Crato, aponta a presença de grupos Tupi na região do Cariri. O material foi coletado em uma pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2021 e reforça teses levantadas por estudos arqueológicos na década de 1980.

Restos de fogueiras, ainda com quantidade significativa de carvão, foram enviados para datação em um laboratório da Flórida, nos Estados Unidos, e apontam para essa presença no Ceará há cerca de 2.400 anos. 

A pesquisa foi realizada durante o processo de licenciamento ambiental e cultural das obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), projeto da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH).

Inicialmente, o estudo foi coordenado pela arqueóloga Rosiane Limaverde, falecida em 2017, e em seguida pelo arqueólogo Agnelo Queirós, que concluiu o trabalho e apresentou seus resultados em relatório para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

VASTO ACERVO ARQUEOLÓGICO 

Dentre os sete sítios arqueológicos encontrados e pesquisados na área do CAC, o sítio São Bento/Lagoa Encantada se configurou como o mais significativo em relação às informações identificadas.

“Foi caracterizado como um sítio Tupi por conter um vasto acervo arqueológico da cultura material desses povos, conhecidos, de forma geral, pela vasta e rica produção ceramista e lítica, além da agricultura e especificidades da dieta alimentar e outras atividades culturais e tecnológicas”, detalha. 

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