domingo, 31 de outubro de 2021

Lula: “Quem é responsável pela inflação é o governo Bolsonaro”

Lula: “É preciso que o dinheiro chegue na mão das pessoas" 

foto: Ricardo Stuckert

“Se o governo não controla os preços, não tem moral para passar confiança a quem vende produtos ao povo”, afirmou Lula à Jovem Pan de Sorocaba. Ex-presidente voltou a defender o papel do social do Estado

Quando o Estado brasileiro investe na população, o povo mais vulnerável deixa de ser um problema e passa a ser parte da solução, contribuindo diretamente para o desenvolvimento do país e da atividade econômica. Crescimento econômico só se consegue quando o Estado assume seu papel de indutor social, defende o ex-presidente Lula. Em entrevista à Jovem Pan de Sorocaba, nesta quinta-feira (28), o petista explicou que uma expansão do crédito deve ser alinhada a uma política que gere emprego e distribua renda aos mais pobres. “O Estado não está cumprindo com as suas funções sociais”, resumiu Lula. Ele criticou duramente o governo Bolsonaro por trazer de volta a inflação e destruir o poder de compra e a renda da população.

“Quem é responsável pela inflação é o governo, a inflação está descontrolada nos preços controlados: no preço da gasolina, do gás, do óleo diesel, da energia, do aluguel”, acusou Lula.“Se o governo não controla os preços, ele não tem moral para passar confiança a quem vende produtos para o povo consumir. Então a carne foge do controle, a cebola, a batata, o pimentão, e volta a prejudicar o povo pobre mais uma vez”, ressaltou o líder petista.

“Não tem nenhuma lógica a gasolina a R$ 7, o diesel no preço que está, o gás, a energia. O governo tem de tomar decisão, não é falar, fazer fake news. Governo age, faz. Lamentavelmente, não temos governo”, sentenciou. “Hoje temos mais de 70% da sociedade endividada, com dificuldade de pagar seu cartão de crédito e a economia não anda assim”.

Expansão do crédito

“Quando chegamos ao governo, em 2003, todo o dinheiro disponibilizado para o crédito chegava a R$ 380 bilhões. Quando saímos, já estávamos com R$ 2 trilhões e 700 bilhões”, disse Lula. “Expandimos muito o crédito, mas expandimos também a oferta de emprego, o aumento de salário. O salário mínimo aumentou 74%, financiamos a agricultura familiar, criamos o Bolsa Família, fizemos um programa habitacional que foi o mais inovador da história desse país que foi o Minha Casa, Minha Vida. Legalizamos seis milhões de pequenas empresas”, apontou.

Lula argumentou que a atividade econômica deve funcionar de modo articulado, em uma cadeia alimentada pela própria população. ”Quando a economia começa a andar, você tem que fazer com que o crédito chegue na mão das pessoas, para poderem consumir. Consumindo, gera emprego, mais salário, que gera mais consumo. E a roda gigante da economia começa a funcionar de forma saudável”, defendeu.

“Do jeito que está hoje, há muito desemprego, gente passando fome, as pessoas vão se endividando no cartão de crédito e depois não podem pagar”, lamentou. “É preciso que o dinheiro chegue na mão das pessoas. Quando a gente faz o dinheiro chegar no bolso do povo, o pobre deixa de ser problema e passa a ser solução. Geramos 20 milhões de empregos com carteira assinada quando a Europa e os EUA desempregaram 100 milhões”.

Papel social do Estado

“Para que a iniciativa privada se apodere do Estado, se vendeu uma falácia de que o Estado no Brasil é pesado. Investir em Educação, por exemplo, não pode ser visto como gasto, é investimento. Investir na formação de um jovem é investimento produtivo”, comentou Lula. “Quando colocamos, só no estado de São Paulo, 680 mil jovens para tomar crédito do FIES para fazer curso superior, isso não é gasto. Na hora que esse jovem se formar, ele vai retribuir à sociedade brasileira com a sua capacidade, o conhecimento que adquiriu”.

“Se o Estado cumprir com suas funções, vai fazer investimento na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, assegurou. “Às vezes os economistas filosofam muito. Na hora que colocarmos o povo pobre no orçamento da prefeitura, do estado e da União, e o rico no imposto de renda, a gente começa a resolver parte desses problemas”.

“Muito dinheiro na mão de poucos é concentração de riqueza. Pouco dinheiro na mão de muitos é distribuição de riqueza. Na hora que a pessoa humilde tem um dinheirinho, não vai comprar dólar, vai comprar comida, um chinelinho, uma caneta, um lápis para o filho”, definiu. “O dinheiro volta a circular no mercado muito rapidamente”.

Compromisso histórico com o povo

Lula defendeu ainda os legados do PT, reforçou o compromisso histórico do partido com a classe trabalhadora e assegurou que a legenda é a única com condições de trazer dignidade ao povo brasileiro. “O PT está preparado para voltar a governar esse país”, destacou.

“O PT precisa voltar para reconstruir o país, para que as pessoas voltem a sentir prazer de ser brasileiro, a ser feliz. Todos nós temos que acordar de manhã com otimismo de que o amanhã vai ser melhor. Não podemos ficar nesse clima de ódio, de mau humor”, afirmou.

Genocida

Lula lamentou a divisão do Brasil, hoje refém da política de ódio e das mentiras de Bolsonaro. “Temos um presidente que estimula a compra de arma ao invés de livros, que estimula o ódio, ao invés da paz, a desavença, em vez de incentivar a harmonia”, declarou Lula, destacando que é papel do partido restabelecer a convivência pacífica entre forças divergentes.

“Embora a CPI não tenha colocado a palavra por terem alegado implicações jurídicas, nós sabemos que o Bolsonaro se comportou como um verdadeiro genocida”, disse Lula, em referência aos crimes cometidos por Bolsonaro durante a pandemia. “Para ele, sacos pretos carregando corpos não significavam nada. Essa é a verdade”, enfatizou.

Política externa

Lula fez uma avaliação do tabuleiro geopolítico mundial e reafirmou a importância de o Brasil recuperar o protagonismo na política externa, alcançado nos governos do PT. “Quando tomei posse em 2003, botei na cabeça que era possível o Brasil mudar a geopolítica internacional, virar protagonista. A primeira lição de casa foi que o Brasil tinha de se aproximar da América do Sul, porque, historicamente, ficamos de costas para a Região. Da África, uma Região com 54 países e eles adoram o Brasil. E o Brasil nunca deu importância, do ponto de vista da relação política, do comércio”, apontou o ex-presidente, para quem o país sempre foi dependente das relações com os EUA.

“É preciso que se construa relações de Estado, foi isso o que eu fiz”, relatou. “Visitei todos os países da América do Sul, 29 países da África, os EUA, estabeleci uma relação com Obama, Bush, Chirac, Sarcozy, com a Alemanha…”, enumerou. “O Brasil tem interesses, e é preciso fazer com que essas pessoas estejam convencidas da sua seriedade nessa relação de interesses entre Estados”.

“É importante lembrar que, quando chegamos à Presidência, o Brasil não tinha nem R$ 100 bilhões de fluxo de comércio exterior e quando deixamos o governo tínhamos R$ 500 bilhões, o que ainda é pouco para um país do tamanho do Brasil”, ressaltou. “Na medida que Bolsonaro fica brigando com a Argentina, a gente prejudica nossas exportações”, criticou.

BNDES

Lula também reagiu às críticas de que os governos do PT emprestaram dinheiro para países por afinidade ideológica, por meio do BNDES. “Quando a gente faz um empréstimo, a condicionante é que tudo que seja comprado para aquele investimento, seja do Brasil. Ou seja, o Brasil não está apenas emprestando, está exportando serviço”, esclareceu.

“O Brasil precisa emprestar, para ajudar a desenvolver outros países, como o Brasil recebeu em momentos históricos, desde que esse dinheiro preste serviço ao país, gerando emprego e vendendo produtos brasileiros lá fora”, concluiu.

Da Redação


Fonte: Boletim do PT 

sábado, 30 de outubro de 2021

Termina neste domingo (31) a Semana do Servidor Público do Crato

Será encerrada neste domingo, 31, a III Semana do Servidor Público do Crato. A partir das 6h, haverá alongamento e a Caminhada do Servidor Público do Crato da rotatória do Mirandão até o Monumento de Nossa Senhora de Fátima. No local, será celebrada a missa de encerramento da III Semana do Servidor. A partir das 9h acontece Dia de Lazer para os servidores e o encerramento dos jogos, no Serrano, e atividades realizadas através do SESC, com Biblioteca Itinerante, Educação em Saúde, Avaliação Física e Recreação Esportiva, além de Teatro de Bonecos. Participe!*

Comunicado da mesa diretora da Câmara Municipal do Crato



A Câmara Municipal do Crato, através de sua mesa diretora, informa que não haverá sessão na segunda-feira e na terça-feira, respectivamente dias 1o e 02 de novembro, por conta do ponto facultativo e do feriado de Finados. 
Comunica ainda que a pròxima sessão será realizada na segunda-feira, dia 08, às 9h, transmitida pelo Facebook da Câmara do Crato. 

Arqueólogos descobrem que povos tupis habitaram o Cariri há 2,4 mil anos

Pesquisadores

Sítio arqueológico contém vasto acervo da cultura material e foi encontrado durante o processo de licenciamento ambiental e cultural das obras do Cinturão da Águas


A descoberta de artefatos em um sítio arqueológico na comunidade São Bento, na cidade do Crato, aponta a presença de grupos Tupi na região do Cariri. O material foi coletado em uma pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2021 e reforça teses levantadas por estudos arqueológicos na década de 1980.

Restos de fogueiras, ainda com quantidade significativa de carvão, foram enviados para datação em um laboratório da Flórida, nos Estados Unidos, e apontam para essa presença no Ceará há cerca de 2.400 anos. 

A pesquisa foi realizada durante o processo de licenciamento ambiental e cultural das obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), projeto da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH).

Inicialmente, o estudo foi coordenado pela arqueóloga Rosiane Limaverde, falecida em 2017, e em seguida pelo arqueólogo Agnelo Queirós, que concluiu o trabalho e apresentou seus resultados em relatório para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

VASTO ACERVO ARQUEOLÓGICO 

Dentre os sete sítios arqueológicos encontrados e pesquisados na área do CAC, o sítio São Bento/Lagoa Encantada se configurou como o mais significativo em relação às informações identificadas.

“Foi caracterizado como um sítio Tupi por conter um vasto acervo arqueológico da cultura material desses povos, conhecidos, de forma geral, pela vasta e rica produção ceramista e lítica, além da agricultura e especificidades da dieta alimentar e outras atividades culturais e tecnológicas”, detalha.