Cantor e compositor Paulo Diniz em foto de arquivo — Foto: Max Levay/Divulgação
Artista morreu em casa, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na manhã desta quarta-feira (22).
Morreu, nesta quarta-feira (22), o cantor e compositor Paulo Diniz, autor de músicas como "Pingos de Amor" e "Bahia Comigo" (veja vídeo acima). Pernambucano de Pesqueira, no Agreste, o artista faleceu em casa, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
De acordo com a produção de Paulo Diniz, a morte ocorreu por volta das 7h, por causas naturais. O velório e enterro serão restritos para amigos e familiares e estão previstos para ocorrer na quinta-feira, às 10h. O local não foi divulgado.
Paulo Lira de Oliveira, nome de batismo de Paulo Diniz, deixou uma filha, duas enteadas e a esposa, Iluminata Rangel, além de três netos e dois bisnetos. Ele nasceu em Pesqueira, no dia 24 de janeiro de 1940.
Paulo Diniz tinha 56 anos de carreira. Mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 1960, para trabalhar no rádio. Seu maior sucesso, "Pingos de Amor", foi composto em parceria com o compositor Odibar, um grande parceiro de sua carreira.
Com Odibar, ele também compôs "Um Chope para Distrair" (1971) e "Ponha um Arco-íris na sua Moringa" (1970). O primeiro sucesso de Paulo Diniz foi "O Chorão" (Edson Mello e Luiz Keller, 1966). Um ano depois, ele lançou a canção "O Chorão no Dentista" (1967), em alusão à primeira.
"Ele tinha dado uma pausa na carreira em 2016, mas estava compondo, tem coisa gravada. Só não sabemos como vai ser, ainda, porque a família é quem vai decidir sobre isso. Ele tinha muita vontade de trabalhar, mas a pandemia deu uma afastada geral, até porque não podíamos ir com frequência à casa dele nos reunir, para evitar que ele pegasse Covid", afirmou.
A ideia era gravar canções de Paulo Diniz com ele e, posteriormente, lançar o álbum "Cristina Amaral canta Paulo Diniz". Ela, que é natural de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, passou a adolescência ouvindo Paulo Diniz e considera o artista uma grande parte de sua história.
"A gente se juntava, em grupo, e cantava Paulo Diniz, fazia farra. Eu tinha sonho de conhecer Paulo Diniz, e consegui em alguns programas na Globo, mas não tinha tanta aproximação. No início da pandemia,
procurei ele e falei sobre o projeto. Ele foi muito legal, aceitou, adorou a ideia. Ligava para mim e dizia 'Cristininha está aí?'. Estou muito triste mesmo, já chorei para caramba, porque sempre escuto a voz dele", afirmou.Cristina Amaral contou que, com a pandemia, ficou mais difícil tirar o projeto do papel, e o sonho de gravar uma canção com Paulo Diniz não vai se realizar. No dia anterior à morte dele, ela conversou com Zeca Baleiro e o convidou para gravar "Um Chope para Distrair".
Pesar
Por meio de nota, o governador Paulo Câmara (PSB) lamentou a morte de Paulo Diniz e disse que "Pernambuco perdeu um grande nome da música popular".
"Fez carreira no sudeste trabalhando ao lado de grandes nomes da música brasileira, mas sempre manteve as raízes fincadas no seu estado natal, para onde retornou consagrado. Quero externar meu pesar e minha solidariedade aos seus familiares, amigos e muitos fãs, neste momento de profunda tristeza", afirmou.
A vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) também manifestou pesar pela morte do cantor.
"Esse pernambucano querido escreveu uma das músicas mais belas e conhecidas do nosso cancioneiro. 'Pingos de Amor' atravessa gerações, mas não foi a única composição genial da sua lavra. Daqui, nossa homenagem nessa despedida e um abraço fraterno e solidário a Iluminata, sua esposa, e toda família, amigos e fãs — como eu — deste grande ícone da música brasileira", escreveu.
Por G1
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