segunda-feira, 25 de março de 2019

Hoje é o Dia da Abolição da Escravatura no Ceará. Em Crato, GRUNEC realizou ato no último sábado




O Grupo de Valorização Negra do Cariri, GRUNEC, realizou um ato no último sábado, em Crato, para lembrar o Dia da Abolição da Escravatura no estado do Ceará, que transcorre nesta segunda-feira, dia 25 de março, feriado estadual.
A presidente do GRUNEC, Verônica Carvalho, falou sobre a importância da data, principalmente para o Ceará, que foi a primeira província a abolir a escravatura em 25 de março de 1884.


Dragão do Mar fez Ceará abolir a escravidão 4 anos antes da Lei Áurea
O Brasil comemora no dia 13 de maio a abolição da escravidão no país, oficializada pela Lei Áurea, em 1888. O que muitos desconhecem é que o estado do Ceará aboliu a escravidão quatro anos antes da Lei Áurea. Em 25 de março de 1884, o presidente da província, Satiro de Oliveira Dias, declarou a libertação de todos os escravos do Ceará, tornando o estado o primeiro a abolir a escravidão no país.
Isso foi possível graças a Francisco José do Nascimento, também conhecido como Dragão do Mar ou Chico da Matilde. Homem de origem humilde, jangadeiro e abolicionista, teve participação ativa no Movimento Abolicionista no Ceará.
Capa da Revista Illustrada v.9 nº 376 ano 1884
Francisco José era chefe dos jangadeiros e, em 1881, convenceu os colegas jangadeiros a se recusarem a transportar para os navios negreiros os escravos vendidos para o sul do Brasil.
A ação repercutiu no país e somada às ações dos outros abolicionistas do Ceará, que pertenciam à elite econômica e intelectual do estado, levou ao fim da escravidão no Ceará.
A ação iniciada pelo dragão do Mar foi tão importante que Angelo Agostini (desenhista ítalo-brasileiro) registrou o fato na capa da Revista Illustrada, com uma ilustração alegórica de Francisco Nascimento, com a seguinte legenda: “À testa dos jangadeiros cearenses, Nascimento impede o tráfico dos escravos da província do Ceará vendidos para o sul”.
Francisco José do Nascimento virou um símbolo da resistência popular cearense contra a escravidão, e foi homenageado pelo governo do Ceará, com seu nome dado ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, pelo que ele e seus colegas realizaram em nome da liberdade, em 1881, na Praia de Iracema. Francisco faleceu em Fortaleza em 05 de março de 1914.

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