Psicólogos nos Estados Unidos conseguiram verificar os efeitos de idade, humor e sono na memória de curto prazo. O estudo foi realizado pela Universidade da Califórnia – Riverside, e divulgado na sexta-feira (10). Ele mostra como esses três fatores influenciam a “memória de trabalho”, aquela que armazena e gerencia temporariamente informações necessárias para tarefas imediatas.
Os pesquisadores descobriram que a idade afeta o aspecto “qualitativo” da memória de trabalho: quanto mais velha a pessoa, mais fraca e menos exata será sua memória de curto prazo.
Já a má qualidade do sono e o humor deprimido estão ligados ao aspecto “quantitativo”: quem experimenta estas situações tem uma chance menor de se lembrar de um evento.
Lembranças de curta duração
A memória de trabalho é a parte da memória de curto prazo que armazena e gerencia temporariamente informações necessárias para tarefas cognitivas, como aprendizado, raciocínio e compreensão. A memória de trabalho está diretamente relacionada a forma como processamos, usamos e lembramos informações recentes.
Essa memória é utilizada, por exemplo, quando um amigo pede que você chegue mais cedo ao trabalho no dia seguinte. Trata-se de uma informação que está ligada especificamente à realização de uma tarefa – por isso, memória de trabalho.
A pesquisa da Universidade da Califórnia é a primeira a relacionar isoladamente esse tipo de memória a cada um dos fatores analisados.
“Os três fatores estão relacionados. Idosos são mais propensos a experimentar humor negativo do que jovens adultos, por exemplo. A má qualidade do sono também está frequentemente associada ao humor deprimido”, explica Weiwei Zhang, professor de psicologia e coordenador do estudo.
Como os fatores estão conectados, estudos anteriores sobre o tema poderiam ser influenciados pelo efeito do sono no humor, por exemplo.
“A abordagem fragmentada usada em investigações anteriores sobre essas relações, examinando a relação entre um desses fatores e a memória de trabalho, poderia abrir a possibilidade de que um efeito observado pudesse ser influenciado por outros fatores”, explica Zhang.
Novos tratamentos
Segundo os pesquisadores, as novas descobertas podem levar ao desenvolvimento de tratamentos para neutralizar os impactos negativos desses fatores sobre a memória de trabalho. O próximo passo é avaliar como essas intervenções podem ajudar idosos com perda de memória.
“Estamos mais confiantes agora sobre como cada um desses fatores afeta a memória de trabalho”, afirma Zhang. “Isso pode nos dar uma melhor compreensão do mecanismo subjacente na demência relacionada à idade, por exemplo.”
O psicólogo destaca ainda que é importante que idosos cuidem da saúde para evitar a degradação mais acelerada da memória de trabalho.
“Para que a mente funcione da melhor maneira possível, é importante que os idosos tenham boa qualidade de sono e estejam de bom humor”.
Fonte: G1
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