Diversos órgãos e entidades se pronunciaram em solidariedade ao senador licenciado Cid Gomes (PDT), após ser atingido por dois tiros durante tumulto em quartel de Sobral, na tarde desta quarta-feira. Durante tumulto envolvendo alguns policiais militares que se colocam contra o reajuste salarial proposto pelo Governo do Estado, o político foi baleado enquanto conduzia uma retroescavadeira.
O Partido Democrático Trabalhista do Ceará (PDT) condenou de forma veemente o que chamou de "atitude covarde, violenta e criminosa de alguns policiais militares, guiados pelo oportunismo eleitoral". Considerou ainda a presença de Cid Gomes no local como uma "ação corajosa em defesa da segurança pública e do bem estar dos cidadãos cearenses".
A Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE) demonstrou preocupação diante dos movimentos e protestos de profissionais da segurança pública do Estado, que contrariam decisão judicial. Frisa que a Constituição Federal proíbe a interrupção das atividades de policiais militares, bombeiros militares e militares das Forças Armadas. Se coloca também à disposição para mediar os diálogos entre o Governo do Estado e os profissionais da área militar.
O Fórum Brasileiro de Segurança afirmou condenar o ocorrido nesta quarta, classificando como uma "escalada de confronto e violência". "É igualmente condenável que viaturas policiais circulem com agentes mascarados aterrorizando a população e ordenando o fechamento de estabelecimentos comerciais. Por mais legítimas que sejam as demandas salariais dos profissionais de segurança pública, é inadmissível que maus policiais disseminem medo e pânico entre a população", coloca em nota.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiaram o tratamento recebido pelos profissionais da imprensa durante a cobertura dos atos de alguns grupos de policiais que lutam pelo reajuste salarial da categoria. "É inadmissível que uma categoria que luta por direitos impeça o livre exercício do trabalho jornalístico, agindo com hostilidade contra repórteres, repórteres cinematográficos e repórteres fotográficos".
TIROS
Cid Gomes foi baleado durante um ato de grupo de policiais reivindicando aumento salarial. Movimento é registrado no Ceará desde a noite de terça-feira (18), na Capital e em cidades do Interior.
Segundo a assessoria do político, um projétil bateu na clavícula e saiu, enquanto o outro se alojou no pulmão esquerdo. Ainda no Hospital do Coração da cidade, a bala do pulmão foi drenada. Em seguida, o senador realizou tomografia na Santa Casa de Sobral, retornando depois para a UTI do Hospital do Coração, onde deve passar a noite em observação.
INVESTIGAÇÃO
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que as investigações a respeito do crime cometido contra Cid Gomes estão com o Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Sobral da Polícia Civil. Uma equipe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Polícia Federal, composta por agentes, peritos e papiloscopistas está se dirigindo à Sobral para auxiliar os trabalhos da Polícia Civil.
Ainda durante a noite desta quarta-feira (19), os policiais que estavam amotinados no quartel de Sobral abandonaram o local.
CIRO SE PRONUNCIA
O irmão de Cid, Ciro Gomes, publicou em rede social que o senador "foi vítima de dois tiros de arma de fogo por parte de policiais militares amotinados e mascarados". Conforme Ciro, "as informações médicas são de que as balas não atingiram órgãos vitais apesar de terem mirado seu peito esquerdo".
"Novos exames estão sendo feitos, mas a palavra aos familiares e amigos é de que Cid não corre risco de morte", informou Ciro.
Momentos antes dos tiros, Cid Gomes postou stories em seu Instagram afirmando que iria a Sobral para "definir coletivamente uma estratégia para dar paz" à cidade.
Por Diário do Nordeste
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