
Secretário do PT é preso em Trindade por não remover faixa contra Bolsonaro do carro
O professor Arquidones Bites, que ajudou a organizar as manifestações contra o governo federal em Goiânia, foi abordado perto de casa e se recusou a remover a faixa do capô do carro, segundo o irmão dele.
O professor da rede pública estadual e secretário estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) de Goiás Arquidones Bites Leão foi preso por policiais militares, nesta segunda-feira (31), por se recusar a retirar uma faixa do capô do carro com a mensagem "Fora Bolsonaro Genocida". Um vídeo mostra o momento da prisão (assista acima).
Segundo o irmão dele, Arquivaldo Bites Leão, o professor prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Goiânia e foi liberado. Nas imagens, o policial diz que vai enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional por calúnia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Abordagem

VÍDEO: Professor é preso em GO por usar faixa: 'Fora Bolsonaro Genocida' no carro
Segundo Arquivaldo Bites, o irmão foi abordado por policiais militares próximo de casa, em Trindade, na Região Metropolitana da capital.
Nas imagens, o militar pede para ele retirar o adesivo. O professor nega. O policial, então, recita o artigo 26 da Lei 7.170, a Lei de Segurança Nacional, de 1983, que prevê como crime "caluniar ou difamar o presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação".
Após recitar o artigo da lei, o policial diz que dará ordem de prisão.
"Vou dar voz de prisão para o senhor. Está duvidando? Vamos ver então", diz o policial.

PM prende dirigente do PT por causa de adesivo que dizia: Fora, Bolsonaro genocida
O professor ajudou a organizar as manifestações contra o governo federal em Goiânia, no último fim de semana. A abordagem foi filmada pelo secretário do partido. O policial militar não usava máscara.
Lei de Segurança Nacional
Em abril, a Procuradoria-Geral da República pediu uma apuração preliminar da conduta de André Mendonça, ex-ministro da Justiça e atual chefe da Advocacia-Geral da União, por usar a Lei de Segurança Nacional contra críticos de Bolsonaro. O então ministro determinou à Polícia Federal que instaurasse vários inquéritos, com lastro na Lei de Segurança Nacional, para investigar críticos do governo e do presidente.
Segundo a Polícia Federal, só no governo Bolsonaro já foram instaurados 85 inquéritos para investigar temas relativos à lei. É mais do que o saldo dos 11 anos anteriores (2008-2018), quando foram instalados 81 inquéritos.
Protestos pelo país
No sábado (29), todos os estados e o Distrito Federal registraram manifestações contra o governo Bolsonaro. Entre as reivindicações dos grupos, estavam pedidos de vacina contra a Covid-19, o retorno do auxílio emergencial, além do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No Recife, a Polícia Militar interveio no ato pacífico com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Dois homens que não participavam do protesto foram atingidos nos olhos por balas de borracha e perderam parte da visão. Uma vereadora da capital pernambucana, que acompanhava a manifestação, também foi agredida por policiais militares, que a atingiram no rosto com spray de pimenta. Os policiais envolvidos na agressão foram afastados e serão alvo de investigação.
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